sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Cardeal Ratzinger completa 30 anos em Roma

 Há trinta anos, no dia 15 de fevereiro de 1982, era publicada a notícia de que João Paulo II, satisfazendo um desejo do Cardeal Joseph Ratzinger, o exonerava do governo pastoral da Diocese de Munique e Frisinga. É o que escreve no L'Osservatore Romano o seu diretor Gian Maria Vian.
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Cidade do Vaticano 
 

Trinta anos depois, como Pontífice, Ratzinger, hoje Bento XVI, passa um dia cheio de compromissos. Ele começou o dia com uma audiência geral seguida de uma audiência privada com a delegação britânica por ocasião dos 30 anos de relações entre o Reino Unido e a Santa Sé.

À tarde Bento XVI teve uma visita ao Seminário Romano Maior.
História

O jovem Arcebispo de Munique e Frisinga foi nomeado no dia 25 de novembro de 1981 como prefeito do primeiro dicastério da Cúria Romana, a Congregação para a Doutrina da Fé.

Sua primeira e mais longa pausa aconteceu em 1962 quando tornou-se, no Concílio Vaticano II, consultou teológico de um dos protagonistas do Vaticano II, o Arcebispo de Colônia, o Cardeal Joseph Frings.

Em 1977 foi criado cardeal por Paulo VI em seu último consistório.

No ano seguinte, no conclave "conheceu pessoalmente o metropolitano de Cracóvia, o Cardeal Karol Wojtyla, e no segundo conclave contribuiu para sua eleição, convicto - como escreveu em 2004 - que ele fosse 'o Papa para a hora presente'".

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O Papa João Paulo II convidou pela primeira vez o jovem teólogo alemão a colaborar com ele em Roma já em 1979, como prefeito na Congregação para a Educação Católica. Mas Ratzinger se opos, não querendo deixar a Arquidiocese apenas dois anos depois de sua nomeação.

Em 1981 o Pontífice insiste e ele é nomeado Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

A partir de fevereiro de 1982 a vida romana do então Cardeal Ratzinger passou a residir, "para sempre", em Roma.

As ruas estreitas do bairro tornam-se sua "pequena aldeia" como dizem os romanos. Em Borgo Pio, a sua rua preferida, há a padaria que há um século fornece o pão aos pontífices e onde o cardeal, vestido em maneira simples, comprava o pão todas as manhãs.

Ali também se encontra um de seus restaurantes preferidos e a loja de material elétrico cujo proprietário ia pessoalmente consertar as coisas no apartamento do purpurado.

Seu apartamento como prefeito era em um edifício na Piazza Leonina. Dali, todas as manhãs, passava pela Praça São Pedro para ir para a Congregação para a Doutrina da Fé.


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Em seu artigo o professor Vian diz: "Hoje, a trinta anos do início do período romano deste manso pastor que não fuge diante dos lobos, é nítido o perfil da maturidade de um pontificado que passará para a história, dissolvendo como fumaça estereótipos difíceis de morrer e combatendo comportamentos irresponsáveis e indignos. Estes acabam por misturar-se a clamores da mídia, inevitáveis e certamente não desinteressados, mas que é necessário saber aproveitar a ocasião para a purificação da Igreja".

"Pontífice de paz - continua o diretor do L'Osservatore Romano" Gian Maria Vian- que quer reavivar a chama da primazia de Deus.

Bento XVI é perfeitamente coerente com a sua história. Uma história marcada por um olhar amplo que nos trinta anos em Roma sempre tentou obter uma respiração mundial e foi caracterizada por uma obra de inovação e purificação perseguida com coragem, tenacidade e paciência, na consciência de que, durante a noite, no campo o inimigo semeia a zizânia.

Por isso o Papa indica incansavelmente a necessidade da renovação contínua (ecclesia semper reformanda), recordando que a Santidade da Igreja não será ofuscada se, ao escutar a verdade, permanecer próxima ao único Senhor". (JSG)

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