terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mentalidade antirreligiosa ameaça liberdade, diz Papa

Ao receber o novo embaixador da Holanda junto à Santa Sé


CIDADE DO VATICANO,
 – A liberdade se vê ameaçada no mundo, tanto por limitações legais como pela mentalidade antirreligiosa que existe no interior de algumas sociedades, afirmou Bento XVI na última sexta-feira, ao receber o novo embaixador da Holanda junto à Santa Sé.
Em seu discurso, por ocasião da apresentação das cartas credenciais do embaixador Joseph Weterings, o Papa se mostrou incentivado pela intenção do governo holandês de promover a liberdade de religião, “um tema de particular preocupação para a Santa sé na atualidade”.
“A liberdade está ameaçada em alguns lugares do mundo pelas limitações legais, mas também pela mentalidade antirreligiosa no interior de algumas sociedades, inclusive onde a liberdade religiosa conta com a proteção da lei”, afirmou.
“Portanto – continuou –, é de se esperar que o seu governo esteja vigilante, de maneira que a liberdade de religião e de culto continue sendo protegida e promovida, tanto no seu país como no exterior.”
O Pontífice também se mostrou “motivado pelos passos que o governo holandês deu para evitar o abuso de drogas e a prostituição”.
“Enquanto sua nação defendeu sempre a liberdade dos indivíduos para tomar suas próprias decisões, no entanto, as decisões que podem causar dano a eles ou a outras pessoas devem ser desestimuladas, pelo bem dos indivíduos e da sociedade em seu conjunto”, declarou.
O Bispo de Roma indicou que “o magistério social da Igreja, como o senhor sabe, enfatiza muito o bem comum, o bem integral dos indivíduos e a sempre necessária atenção para discernir se os direitos percebidos estão verdadeiramente de acordo com os princípios naturais”.
Em seu discurso, o Papa também destacou que “o diálogo diplomático ao qual a Santa Sé se compromete não se leva a cabo por razões confessionais ou pragmáticas, mas sobre a base dos princípios universalmente aplicáveis, que são tão reais como os elementos físicos do ambiente natural”, acrescentou.
“Enquanto reconhece com humildade que seus próprios membros nem sempre vivem nos altos níveis que ela propõe, a Igreja não pode fazer outra coisa a não ser continuar instando o mundo inteiro, seus próprios membros inclusive, a buscar o que se pode fazer de acordo com a justiça e a reta razão, opondo-se ao que lhes é contrário”, sublinhou.
Como áreas de preocupação comum entre a Santa Sé e a Holanda, Bento XVI citou algumas nomeadas pelo próprio embaixador, como “a necessidade de promover a paz global por meio da resolução de conflitos e da oposição à proliferação de armas de destruição massiva”.
Finalmente, destacou também a “necessidade de incentivar o desenvolvimento e de promover a autossuficiência dos países emergentes”, a resposta humanitária generosa quando se precisa de ajuda no mundo inteiro e “a necessidade de defender a dignidade humana”.

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