O observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Nova York, Dom Francis Chullikatt, destacou o “vínculo íntimo” que existe entre desenvolvimento e desarmamento.
Em uma intervenção pronunciada no último dia 11 de outubro junto à Primeira Comissão da 66ª sessão da Assembleia Geral da ONU sobre desarmamento e segurança nacional, o prelado criticou firmemente a corrida armamentística.
“No contexto de uma sociedade edificada sobre o direito, o desarmamento gera desenvolvimento e o desenvolvimento humano integral tem repercussões profundas e benéficas sobre a construção da paz e a resolução das questões relacionadas à segurança”, disse.
“A partir desta perspectiva, a Santa Sé afirma com firmeza sua crítica à corrida armamentística e pretende desenvolver sua análise na esfera das relações internacionais, segundo o critério de que a lei deve prevalecer sempre sobre a violência”, acrescentou.
O representante da Santa Sé indicou que “a comunidade internacional deve, portanto, enfrentar a urgente necessidade de frear esta deplorável corrida armamentística e promover um corte importante nos gastos militares”.
Ao mesmo tempo, reconheceu que “este recorte só poderá ser possível em um clima de menor medo e maior confiança”.
“Um recorte nos gastos militares poderia dar maior credibilidade à proibição de usar a força nas relações internacionais, permitindo, assim, poder garantir um maior respeito ao direito internacional e radicar a paz na justiça”, afirmou.
Este recorte, tanto nas relações entre as nações como no interior de cada nação, tornaria possível “garantir a segurança em condições melhores e destinar as enormes quantidades de dinheiro economizadas a fins pacíficos”.
Lei, diálogo, amizade
Para a Santa Sé, “a paz deve ser construída por meio do direito e o direito pode se concretizar se, em cada uma das questões individuais, prevalecer a razão”.
“O diálogo racional de funda no reconhecimento de que, com o objetivo de construir uma paz duradoura, a força da lei deve prevalecer sobre a lei da força”, disse Dom Chullikatt.
E acrescentou que “a Santa Sé está convencida da necessidade de basear os alicerces da paz reconhecendo a importância do diálogo e reforçando as relações de amizade”.
“Esta foi também a mensagem proposta pelo encontro inter-religioso de Assis de 2011, com a qual o Papa Bento XVI, junto a uma ampla coalizão de líderes religiosos, deseja destacar a ideia de que as religiões não representam um fator de conflito, mas de pacificação entre os povos, e que são capazes de oferecer uma importante contribuição para a construção de um humanismo integral, que atribua um lugar privilegiado à dignidade transcendente da pessoa humana”, explicou o arcebispo.
O observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Nova York afirmou à comissão que “a paz é também fruto da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento”.
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