ROMA, – A Igreja no Iraque se dispõe a coletar informação para um eventual início do processo de canonização dos dois sacerdotes massacrados no ano passado na catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na capital do país.
Segundo o site do patriarcado maronita, o bispo de Bagdá, Jean Benjamin Sleiman, apresentou ao patriarca Yousef III Younan, da Igreja sírio-católica, o dossiê com as informações para a canonização dos sacerdotes, considerados mártires.
Centenas de cristãos estiveram no dia 31 de outubro na catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro para a missa em sufrágio dos defuntos, cujo massacre aconteceu há exatamente um ano, quando um grupo de extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda matou 44 fiéis, 7 policiais e os dois sacerdotes, na mesma igreja.
A cerimônia foi concelebrada pelo bispo de Bagdá, pelo patriarca Younan, por mar Emmanuel III Delly, da Igreja caldeia, e pelo patriarca Bechara Boutros Raï, da Igreja maronita do Líbano.
Em solidariedade, alguns representantes religiosos muçulmanos também participaram da cerimônia.
A área da catedral foi blindada por homens armados disseminados por todo o perímetro e até sobre o telhado.
Nos muros externos da catedral foram penduradas fotografias gigantes das vítimas e cartazes com frases de condenação à violência e de chamamento à comunidade internacional para que se mobilize contra o massacre das minorias no Iraque. Dentro, o coro da catedral foi decorado com as flores e os paramentos sagrados do dia do massacre; sobre os muros e no teto, ainda se vêem os furos das balas.
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, em missa celebrada em Roma no dia 30 de outubro, afirmou: “A Igreja e o mundo não podem e não devem esquecer. Devemos recordar, sim, mas para oferecer o perdão e implorar a paz para os vivos e para os defuntos”.
Depois de recordar sua participação no encontro pela paz e pela justiça em Assis, neste 27 de outubro, o prefeito das Igrejas Orientais invocou de novo o dom da paz. “Todas as comunidades sírio-católicas se uniram a nós e, junto com outras muitas comunidades, rogamos que o amor de Cristo vença sempre a morte”.
“Oremos para que o sacrifício destes irmãos e irmãs possa ser semente de paz e de verdadeiro renascimento e para que todos aqueles que se preocupam com a reconciliação, a fraternidade e a convivência solidária encontrem motivo e força para obrar o bem”.
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