Do início do restauro até hoje, passaram-se 16 anos. Depois desse tempo, o fim das obras de recuperação da Igreja do Carmo, no Sítio Histórico de Olinda, está programado para março do próximo ano. Marceneiros, cartéis, pintores e restauradores trabalham em ritmo acelerado para finalizar detalhes considerados essenciais ao resgate da arquitetura do templo. No local, na segunda metade do século 16, foi instalado o primeiro convento carmelita do Brasil.
Só o tempo, após o longo processo de restauração, dirá se a meta vai ser cumprida. O superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida, faz as contas e acredita que o imóvel ficará pronto no prazo estipulado. “Estamos trabalhando para que isso aconteça”, disse. São 18 profissionais envolvidos diretamente nos trabalhos.
O restauro está na terceira fase, à qual se destinou cerca de R$ 5 milhões. A primeira aconteceu em 1995, com a estabilização da colina onde se ergueu a igreja. No monte, colocaram-se 176 estacas de concreto com oito metros de comprimento para corrigir o desaprumo. A segunda etapa começou sete anos depois, com prospecção arqueológica e, paralelamente, recuperação dos bens móveis, como o altar da Capela do Santíssimo.
A etapa em andamento, iniciada no ano passado, é cheia de minúcias. Os arcos de três das oito capelas laterais, por exemplo, exigem a atividade de três restauradoras. Elas resgatam a pinceladas quatro ou cinco lajotas, por dia, com uma pintura que esteve encoberta por décadas. “Uma obra desse tipo depende de detalhes e alguns podem mudar o cronograma”, esclareceu o engenheiro responsável, Ricardo Lombardi, da Gabarito Engenharia.
Até março, esses detalhes, que podem mudar o ritmo dos serviços, são relativos à recuperação das instalações elétricas, dos pátios e de esquadrias, e à revisão do telhado e da pintura. A preocupação, segundo Frederico Almeida, é de que o templo ganhe nova estrutura, mas evidencie os achados, entre eles a base do antigo convento.
Quando pronta, a igreja abrigará frades carmelitas, como no século 16. No início do restauro, a proposta era de que continuasse abrigando o escritório do Iphan em Olinda. A equipe do instituto já se mudou, deixando o templo para as questões religiosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário